Lluís Prats esteve em Portugal, a convite do festival Utopia, em Braga, onde participou numa conversa sobre «A geografia sentimental», com a escritora venezuelana Karina Sainz Borgo. Aproveitámos para saber mais sobre o autor que deu vida literária ao inesquecível Hachiko, o cão que esperava pelo professor Ueno. Uma narrativa que conquistou o público e a crítica, também por uma «lentidão» que o autor assume no próprio processo criativo.

Quem é o Lluís Prats? Pode falar-nos brevemente sobre a sua atividade como autor infantojuvenil?

Escrevo para crianças e adolescentes há mais de 20 anos. Para mim, que sou professor, é muito gratificante o encontro com jovens, ou menos jovens, que apreciaram e se emocionaram com a leitura dos meus livros. Dedico pouco tempo a escrever, e sou um autor muito lento a criar.

Hachiko: O cão que esperava é um livro que toca a leitores de todas as idades. Porque acha que isso acontece?

Porque é uma história universal e porque todos necessitamos que nos queiram bem como o cão Hachiko queria ao professor Ueno. Há algo de universal e íntimo nessa fidelidade, que nos toca o coração porque se trata de uma entrega total.

Muitos jovens, quando chegam à adolescência, deixam de ler ou passam a ler menos. Como é que a escola, e as medidas de apoio à leitura, podem mudar essa situação?

Às vezes, a culpa é dos escritores ou das modas do que se publica, mas há exemplos de que se algo é bom, surpreendente e bem escrito acaba por agarrar os leitores. Alguns volumes da saga Harry Potter têm 700 páginas! As escolas podem fazer algo que funciona sempre: um bom professor lê aos alunos em voz alta durante algum tempo, e esse tempo não é perdido. O professor reforça o vocabulário, a entoação, a compreensão, e mostra como um livro lido desta forma pode ser muito enriquecedor para o aluno.

Pode partilhar como foi a sua participação no festival Utopia, em Braga?

Foi uma experiência muito interessante e com uma grande afluência de público em Braga, que é uma cidade de grande tradição cultural.